DISLEXIA
Os primeiros artigos com
relatos sobre dislexia são datados pelo ano de 1896 pelo médico britânico, W.
Pringle Morgan, mas foi em 1907 que surgiu com o nome de Agenesia Visual
Gráfica. O cérebro na neurociência é dividido em áreas e as chamamos de áreas
de Brodman.

As regiões responsáveis pela formação das palavras e a compreensão
da leitura são respectivamente as áreas de Broca (área 44 e 45) e Wernicke (área 39 e 40). No caso da
dislexia há uma lesão no giro angular, que está situado entre o córtex visual (área 41 e 42) e
a área de Wernicke, e sua função é converter sinais gráficos em fonemas e mandar
esses estímulos para a área de Wernicke e, desta forma, o texto é compreendido
pelo leitor.
Na pré-escola podemos detectar
as seguintes dificuldades:
● Fraco desenvolvimento da
atenção;
● Atraso do desenvolvimento
da fala e da linguagem;
● Dificuldade em aprender
rimas e canções;
● Fraco desenvolvimento da
coordenação motora;
● Dificuldades com
quebra-cabeça;
● Falta de interesse por
livros impressos.
Já no ensino fundamental I,
podemos detectar:
● Pobre conhecimento de rima;
● Desatenção e disperso;
● Dificuldade em copiar de
livros e da lousa;
● Dificuldade na coordenação
motora fina e/ou grossa;
● Atrasos nas entregas de
trabalhos;
● Problemas com
lateralidade;
● Dificuldade em manusear
mapas, dicionários, listas telefônicas; etc.
Temos que lembrar também que
não somos médicos e, portanto, não podemos dar diagnósticos, mas podemos sim
detectar essas características e encaminhar essas crianças a fonoaudiólogos e
neuropediatras. Mas continuando...
A inclusão do aluno com
dislexia está garantida e orientada por diversos textos, dentre eles:
● Constituição Federal –
Art. 208, inciso III;
● Lei nº 9.394/96 – Art. 12,
inciso I, Inciso V;
Art. 23, inciso V, alínea a;
Art. 24, inciso V, alínea a;
● Lei nº 8.069/90 (ECA) –
Art. 53, incisos I, II e III;
● Deliberação CEE nº 11/96 –
Art. 1;
● Parecer CEE nº 451/98;
● Lei nº 10.172/01 – PNE –
Capítulo 8 – Ed. Especial – 8-2 Diretrizes;
Já existem casos de alunos
disléxicos, que através de seus direitos puderam ter um tempo a mais na
execução do vestibular da Unicamp e Fuvest. Já a criança com dislexia irá levar
um tempo maior para ser alfabetizada, mas com toda certeza, se tiver práticas
pedagógicas corretas se concretizará. Dentre elas, temos o material dourado,
ábaco, jogos pedagógicos, alfabeto móvel, caça-palavras, questões falsas e verdadeiras,
valorizar os acertos, etc. É preciso dar também um tempo maior para a
transcrição das atividades, pois entre o olhar da lousa e a escrita no caderno,
ela costuma ficar perdida no espaço que está copiando.
Referências:
SNOWLING, Margaret J. HULME, Charles. A
Ciência da Leitura. Tradução de Ronaldo Cataldo Costa. 1ª edição. Porto Alegre/RS.
Penso. 2013.