Motivação X aprendizagem
Aprender tem que ser um ato desejante, sem ele não há
motivação. O cérebro gosta de desafios,
tanto que estamos o tempo todo colocando isso à prova. A motivação a que me
refiro é uma emoção que acontece dentro do indivíduo, é interna, não é aquela
que ao encontrarmos alguém desanimado, nós simplesmente dirigimos palavras
positivas à esta pessoa para animá-la. Henri
Wallon já se referia à motivação, mas com o nome de afetividade. Segundo ele, a
teoria da emoção é um processo biológico, pois é preciso considerar que, a
conduta emocional depende de centros subcorticais (sistema límbico), essa
expressão é involuntária e incontrolável, e com a maturação cortical, lobo
pré-frontal, torna-se suscetível de controle voluntário.
O centro subcortical ao qual Wallon se refere nada mais é o
que a neurociência chama de SISTEMA LÍMBICO ou LOBO DA INSULA. Já citei em
postagens anteriores esse sistema, também conhecido como circuito de papez, nome
fazendo referência ao neuroanatomista James Papez. Ele é considerado nosso
segundo cérebro e responde pelas nossas emoções mais profundas, nossos
impulsos, como sexo, ira, prazer e nossos instintos de sobrevivência. Já a
maturação biológica está relacionada com o desenvolvimento do indivíduo ao
longo da vida, da infância ao final da vida adulta.
Se em sala de aula seu aluno presta atenção em você,
participa da aula e etc, parabéns, sua aula conseguiu motivação, mas infelizmente
isso na maior parte dos casos não acontece. Por isso, a aula de cuspe e giz já
não satisfaz nossos educandos tecnológicos, eles tem que experimentar usar os
outros sentidos além da visão e da audição. Para uma boa aprendizagem é preciso
preencher alguns requisitos: primeiro a aprendizagem é visual, depois auditiva,
logo em seguida sinestésica, depois midiática e por final ela é gráfica. Desta
forma, é preciso usar o corpo, possuir jogos nos conteúdos e uma linguagem mais
próxima possível do aluno.
Vídeo da neurocientista Suzana Herculano-Houzel, sobre motivação.